De Seleção natural para Seleção social

Seleção
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Desde a ascensão da cultura, a evolução tomou uma direção particular. Não se pode dizer mais que a seleção natural está moldando a evolução no seu conceito biológico.

O que é seleção natural?

A seleção natural é o princípio de seleção e disseminação de genes que codificam certas características que favorecem a sobrevivência.

Este fato está relacionado com a aptidão de um organismo em sobreviver num dado ambiente.

Por exemplo, insetos evoluem uma resistência a toxinas de plantas para poderem reutilizar como fonte de comida, aumentando assim a sua sobrevivência. Por outro lado, as plantas adquiriram novas toxinas para repelir novamente os insetos. Esta é a evolução por seleção natural.

Grandes populações favorecem a disseminação de mutações

Nos últimos 10.000 anos a população humana têm passado por rápidas mudanças na frequência de genes (frequência gênica) (1) (2). Mudanças do meio ambiente, adjunto com a invenção da agricultura, da incorporação de novos hábitos alimentares, novos estilos de vida, incluindo populações maiores numa mesma área, favoreceram a transmissão de doenças e a possibilidade de alelos mutantes se propagarem por dentro de uma população. A medida que a população cresce, as chances de mutações serem selecionadas dentro da mesma também cresce. Quando percebemos as bem-sucedidas adaptações de seres humanos em novos ecossistemas, podemos especular que este fato só foi possível, graças a grandes números populacionais no qual permitiu uma seleção mais rápida de genes vantajosos.

Seleção Social

A agricultura selecionou algumas espécies de plantas e intensificou o seu cultivo. Muitos alimentos que são consumidos hoje foram recentemente incorporados na nossa dieta. Por exemplo, há 10.000 anos atrás a população da Europa do Norte não conseguia digerir leite. Desde então, a frequência do gene lactase que permite a digestão de lactose é presente em mais de 75% da população da Europa do Norte (3). Estima-se que 90% da população norte-europeia é lactose tolerante (4). Todavia, em outras partes do mundo como a Ásia onde não se consumia leite por muito tempo, observa-se uma população na sua maior parte intolerante a leite. Ao passar do tempo, supõe-se uma imposição cultural que irá positivamente selecionar pela tolerância a lactose, como aconteceu na Europa.  Esta é a evolução por seleção social.

As ações humanas estão guiando a evolução através do que a sociedade decide comercializar.

No mundo darwiniano, sobrevivência é ditado pela seleção natural, no entanto na sociedade atual a sobrevivência é ditada pela seleção social.

Continuamos a mudar até hoje, porém não estamos mudando mais de acordo com a seleção natural. Lembre-se de como nossas ações impulsionam o mercado, e como esta, por sua vez, pode até remodelar a nossa própria genética numa próxima compra.

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Traduzido por: Mark Moreira
Referências:

  1. Cochran, G(2009). The 10 000 year explosion BasicBooks
  2. Hawls, J(2008).Conversation: Evolution Overdrive Archaeology61.
  3. Hollox, E (2005). Evolutionary Genetics: Genetics of lactase persistence-fresh lessons in the history of milk drinking European Journal of Human Genetics 13, 267-269.
  4. Wiley( 2002). Lactose Intolerance [Online] Available:http://www.wiley.com/college/boyer/0470003790/cutting_edge/lactose_intolerance/lactose_intolerance.htm [Accessed 26/03 2014].

Caroline Balloux

Caroline Balloux (BSc (Hons) Biology) is a collaborator to the website. 'In my search to find something that would interest me, I discovered Biology. Some of us try to find ourselves through that which we study. I personally feel that learning about the evolution of life has brought me answers on a philosophical level. Sitting behind the computer screen reading scientific research papers, I realized that outside the environmental problem is real. I now want to be involved and share the knowledge I got in order to inform people about the impact their consumption pattern is having.' Caroline is currently advancing her studies with a MSc in sustainable agriculture of smallholder farming systems in the tropics at the University of Copenhagen (Denmark) and is involved with permaculture facilities throughout France.

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